MOSTRA PANORAMA – 2018
UMA LUTA DE 70 ANOS QUE CONTINUA VIVA E NECESSARIA.
Os filmes selecionados para a 12ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, que este ano celebra e homenageia os 70 anos da “Declaração Universal dos Direitos Humanos” resumem de forma exemplar as principais preocupações do evento. A representatividade das obras audiovisuais desta edição sintetiza o espírito da Mostra através das pungentes e impactantes imagens feitas por realizadores preocupados em retratar e sensibilizar as plateias sobre as incertezas, lacunas e injustiças sociais especificadas e apontadas na carta da ONU em 1948 contra as quais a humanidade deve se bater para poder supera-las.
As obras exibidas nas sessões Panorama mostram as batalhas travadas nas ultimas décadas nas mais variadas formas de resistência e mobilização contra todas aquelas formas de opressão e exclusão apontadas no abrangente documento que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Atenta aos novos tempos e novos ideais, a Mostra destaca as abordagens poéticas e viscerais presentes na riqueza da safra dos curtas, médias e longas metragens, frutos fílmicos das reflexões dos novos e diversos olhares dos diretores espalhados pelo país, provando que tempo e tamanho não importam quando se quer pensar e debater as questões que impactam a vida das populações e dos indivíduos.
No ano em que a “A Declaração Universal Dos Direitos Humanos” completa 70 anos a 12ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos presta uma homenagem especial a esta ocasião, não apenas exibindo os filmes aqui escolhidos, que procuram englobar os 30 artigos presentes no documento original, mas também suscitando o debate e a veemente defesa do audiovisual humanista que aposta na transformação e na esperança, destacando a vocação natural da chamada sétima arte para “estudar o homem e suscitar os sonhos”. A seleção na sua diversidade de propostas, aborda desde questões de vulnerabilidade social, a temas relacionados com representatividade, discriminação racial, saúde mental, direitos da população indígena, meio ambiente, direito da criança e do adolescente, idosos entre outros de igual relevância e urgência.
A militância também está no centro de filmes que abordam a luta pelos direitos das comunidades e das individualidades apresentando ações e personagens complexos e inspiradores. Histórias que chegarão a plateias de todos os estados brasileiros, com potencial para despertar entre os espectadores sentimentos como compaixão, empatia e indignação, cada vez mais necessários para enfrentarmos esses tempos difíceis que atravessamos.
Afirmando a sua crença de que, frente à barbárie que constantemente nos ameaça, o audiovisual pode ser uma arma poderosa pela sua capacidade de fazer compreender que o homem progride somente com o conhecimento, com a compreensão e amor, não com a violência, a 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos conclama a todos a se engajarem nessa tarefa, por possibilitar o acesso de públicos cada vez amplos a uma programação que tem como elemento comum a sua preocupação humanista.
FILMES MOSTRA PANORAMA
Classificação: Livre
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Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones – 25 minutos – Direito a pessoa com Deficiência
Brasil
História da criação da Banda “Os Goiabeiras” da qual fazem parte três pessoas com deficiência: um paralisado cerebral e dois autistas.
Nunca Me Sonharam – 1h24 – Direito à Educação
Brasil
Os desafios do presente, as expectativas para o futuro e os sonhos de quem vive a realidade do Ensino Médio nas escolas públicas do Brasil. Na voz de estudantes, gestores, professores e especialistas, „Nunca me sonharam‟ reflete sobre o valor da educação.
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Classificação: 14 anos
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À Espera – 22 minutos – Direito a criança e adolescente e Questão de Gênero
Moçambique
Em Moçambique, 39% de meninas se casam antes dos 15 anos com homens mais velhos que elas, fazendo com que o país se encontra em 10 lugar entre os países mais afetados pelos casamentos prematuros, negando seus direitos como o da Educação e de serem o que elas quiserem.
Chega de Fiu Fiu – 1h13 – Questão de Gênero
Brasil
O retrato do dia a dia de três mulheres com vidas distintas, mostrando como a violência de gênero é constantemente praticada no espaço público urbano. Dessa forma, as diretoras Amanda Kamanchek Lemos e Fernanda Frazão procuraram especialistas para discutir sobre o assunto, buscando encontrar respostas e alternativas para a uma questão fundamental: Será que as cidades foram feitas para as mulheres?
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Classificação: 16 anos
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Rua das Casas Surdas – 8 minutos – Memória e Verdade
Brasil
Em uma vizinhança silenciosa, durante a ditadura nos anos 70, Carlos e Ernesto aproveitam o intervalo do jogo no rádio para voltar ao trabalho.
Marcos Medeiros – Codinome Vampiro – 1h11 – Memória e Verdade
Brasil
O documentário apresenta Marcos Medeiros, um personagem esquecido da nossa história que foi líder estudantil em 1968. Preso, torturado, cassado e exilado na Europa, Marcos começou a se dedicar ao cinema, tendo feito curtas com Chris Marker na França, um longa com Glauber em Cuba, e depois trabalhado na Itália com Rosselini. de volta ao Brasil, nos anos 80, com a anistia, Marcos inicia um trabalho pioneiro em vídeo, mas não encontra um espaço para viabilizar sua arte que não se identificava com o main stream. A incapacidade de se inserir numa sociedade burguesa e sem utopias leva Marcos à depressão. Morre em 1997 depois de uma longa internação no Pinel.
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Classificação: Livre
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O Começo da Vida – 1h47 – Direito da Criança
Brasil
Um dos maiores avanços da neurociência é ter descoberto que os bebês são muito mais do que uma carga genética. O desenvolvimento de todos os seres humanos encontra-se na combinação da genética com a qualidade das relações que desenvolvemos e do ambiente em que estamos inseridos.
O Começo da Vida convida todo mundo a refletir como parte da sociedade: estamos cuidando bem dos primeiros anos de vida, que definem tanto o presente quanto o futuro da humanidade?
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Classificação: Livre
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A Rua Noiz – 14 minutos – Cultura, Educação e Direitos Humanos
Brasil
O documentário trata das realidades enfrentadas dentro da periferia do Grande Bom Jardim, e de como uma mulher que aos 5 anos de idade vendia verduras e aos 35 dirige a maior escola de dança de Fortaleza em número de atendidos.
Enrolado na Raiz – 23 minutos – População Negra
Brasil
Mulheres negras falam sobre as diferentes formas de violência física e simbólica que o racismo impõe cotidianamente sobre seus corpos. Desejos, sonhos, frustrações, traumas e enfrentamentos são expostos em falas que recuperam experiências da infância.
Classificação: Livre
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Classificação: Livre
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Nós – 6 minutos – Imigrantes
Brasil
O filme mostra a trajetória cíclica dos refugiados através dos tempos, uma reedição de acontecimentos passados.
Do Outro Lado – 14 minutos – População LGBT
Brasil
Às vésperas de uma importante decisão, a juíza da Corte Suprema de Taiwan recebe uma carta inesperada.
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Classificação: 16 anos
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Narrativas de Um Crime – 15 minutos – Combate à Violência e LGBT
Constantin, um investigador da Polícia Civil e aspirante a escritor, está em busca de uma boa história. Paulo, um Policial Militar, acaba de voltar de um período de suspensão da corporação em que trabalha. Os diferentes pontos de vista de Constantin e Paulo colidem quando eles se cruzam numa cena de um crime: uma jovem drag queen foi brutalmente assassinada. O conflito entre eles desconstrói preconceitos e flerta com a tragédia, revelando uma dura realidade repleta de ironias, lágrimas e sangue.
Um Café e Quatro Segundos – 15 minutos – Memória e Verdade
Brasil
Dois torturadores se encontram para tomar um café depois de mais de trinta anos sem se verem, para acertarem contas daquela época.
Lacerda – O Corvo da Guanabara – 19 minutos – Memória e Verdade
Brasil
O filme reconstitui a trajetória de Carlos Lacerda, ex-governador da Guanabara e líder radical da UDN em formato cine-jornal, visando iluminar sua participação direta em conspirações e tentativas de golpe em momentos chave da história do Brasil.
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Classificação: Livre
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Outro Olhar – Convivendo com a Diferença – 34 minutos – Direitos a pessoa com deficiência
Brasil
Outro Olhar – Convivendo com a Diferença’ é um documentário que conta a história de um indivíduo para buscar o universal. O indivíduo, no caso, é Charbel Gabriel, um senhor de 60 anos que ainda trabalha, exercita-se, cuida-se, estuda, interage diariamente com a família e a comunidade e tem síndrome de Down. Não seria pouco para quem tem tudo a seu favor, para Charbel, acaba sendo uma prova de que a síndrome de Down nem o afasta nem o limita no convívio com a sua comunidade, sua família e seus amigos. E, principalmente, não diminui seu impacto e sua influência sobre aqueles que convivem com ele.
Monocultura da Fé – 23 minutos – População Indígena
Brasil
Como no resto do país, também entre os Guarani Kaiowá a igreja evangélica vêm ganhando espaço. O mini-documentário percorre aldeias do Mato Grosso do Sul para mostrar denúncias das cada vez mais frequentes violências cometidas por grupos evangélicos contra a população indígena.
Waapa – 20 minutos – População Indígena
Brasil
O documentário propõe um mergulho inédito na infância Yudja (Parque Indígena do Xingu/MT) e os cuidados que acompanham seu crescimento. O brincar, a vida comunitária e as influências de uma relação espiritual com a natureza.
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Classificação: Livre
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Uma Bala – 2 minutos – Defesa aos Defensores de Direitos Humanos
Brasil
Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018. Quem matou Marielle? Quem mandou matar Marielle? O crime permanece sem solução! “Uma bala. Uma bala realmente abala. Abala, mas não cala. Quem batalha por igualdade!”
Nomes que Importam – 15 minutos – População LGBT
Brasil
Filme que aborda a importância dos nomes sociais das pessoas trans.
O curta-metragem nomes que importam revela as histórias que permeiam as escolhas dos nomes das travestis e transexuais que participam do filme. Por meio de depoimentos, o documentário aciona memórias afetivas.
Repense o Elogio – 48 minutos – Questão de Gênero
Brasil
Repense o Elogio é um documentário que propõe a reflexão sobre a maneira como as crianças são elogiadas. Enquanto meninas são lindas, princesas e delicadas, meninos são fortes, inteligentes e corajosos. Até que ponto estes adjetivos aprisionam o verdadeiro ser de cada um? Este é um filme que reflete sobre o poder das palavras e da cultura, que trouxeram este desequilíbrio tão profundo na forma que elogiamos meninas e meninos.
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Classificação: Livre
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Batuque Gaúcho – 26 minutos – Diversidade Religiosa
Brasil
O Batuque Gaúcho é o nome dado a religião africana no Rio Grande do Sul, maior fenômeno religioso do Brasil, com cerca de 8 a 10 mil casas em todo o Estado. Mesmo assim, ainda é a que mais sofre preconceitos e está inviabilizada devido o racismo .
As Sementes – 32 minutos – Meio Ambiente
Brasil
Neneide fala sobre empoderamento feminino e como o grupo “Mulheres Decididas a Vencer” passou a trabalhar com abelhas num assentamento no Rio Grande do Norte. Izanete resiste ao agronegócio que ocupa extensas terras no Rio Grande do Sul, onde produz leite ecológico e pães para a merenda escolar. Para Efigênia, horta é terapia e o trabalho na roça em Minas Gerais, independência. Maria dos Santos recorda lutas pela posse da terra e igualdade de gênero e contra a desnutrição nas áreas quilombolas da Bahia. Quatro sementes da economia solidária, do cooperativismo, do feminismo, da agroecologia.
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Classificação: 16 anos
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Menina de Barro – 1h37 – Bullying
Brasil / 16 anos
A jovem Diana é uma garota habilidosa e especial. Na aurora de seus 12 anos de idade já carrega uma bagagem de conhecimento e talento que se mostra difícil de lidar: ela traz a estigmatizada e dadivosa marca de ser superdotada.
Entre a solidão e a curiosidade, entre a agressividade e o carinho, Diana vai tecendo uma auto-crítica minuciosa ao passo que descobre a força do conhecimento e da amizade para liberar seus impulsos mais solidários.
Ao mesmo tempo que busca “combater” o Bullying em sua escola, Diana precisará estar pronta para enfrentar seus problemas de família, seu coração e uma fúria típica daqueles que não se contentam com a apatia alheia.
Demais para uma garotinha? Sinta-se convidado para descobrir de qual barro são feitas as guerreiras.
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Classificação: 12 anos
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Sociedade Etiquetada – 5 minutos – Direitos Humanos
Fernando, um homem gay, vive em uma sociedade que os rótulos sociais, que são dados a nos por outras pessoas, são vistos a olho nu, e ele tem que suportar o dia a dia dentro dessa sociedade cada dia mais cansado.
Tente Entender o Que Eu Tento Dizer – 1h25 – Direito a Saúde
Tente Entender é um documentário sobre a força do coletivo e da militância na transformação das pessoas e de uma realidade marcada pelas barreiras impostas pelo HIV. Um contraponto à desinformação, o filme mostra que a vida é rica em possibilidades ao acompanhar a vida de 6 personagens soropositivos das mais variadas classes sociais, profissões, orientações sexuais e religiosas em seu cotidiano.
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