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Garoto Cósmico (2008) | Análise

06/11/2024

Análise escrita por Giovana Lopes.

Sinopse: Cósmico, Luna e Maninho vivem em um mundo futurista, onde suas vidas são totalmente programadas. Uma noite, os três se perdem em um universo de um pequeno circo. Depois de brincar e vivenciar toda essa nova experiência, seus mundos enviam uma missão especial para resgatá-los.

A percepção das crianças sobre o mundo é muito diferente da realidade, seja isso bom ou ruim. Em Garoto Cósmico, longa-metragem de 2008 de Alê Abreu, acompanhamos um trio de crianças que desejam se tornar “crianças-adultas”, mas acabam se perdendo pelos diversos mundos que existem nessa realidade futurista. Nessa aventura, surgem debates sobre a robotização da sociedade (principalmente com as crianças), a importância de respeitar as individualidades de cada cidadão e a necessidade de garantir os direitos humanos.

Nesse universo, em que vivem, cada planeta tem uma função específica, com as vidas de seus habitantes totalmente programadas. No caso dos protagonistas, eles moram no planeta das crianças, onde tudo o que fazem é estudar, comer, dormir e estudar mais, com o objetivo de ganhar pontos para se tornarem “crianças-adultas” e, assim, poderem trabalhar e adquirir o que consideram responsabilidades. Fica claro que, desde o nascimento, as pessoas dessa sociedade vivem de maneira completamente mecanizada, sem poder explorar suas identidades, sendo privadas da liberdade individual, um direito humano básico para viver como cidadãos. Sem o desenvolvimento pessoal e a liberdade de escolha individual, essa vida predeterminada restringe o essencial de cada pessoa: sua dignidade.

A liberdade de expressão também é algo reprimido nessa sociedade, assim como o direito à privacidade e à identidade. Sem poderem construir suas personalidades e expressar seus sentimentos, questionamentos e opiniões, todos os indivíduos são colocados dentro de uma mesma caixa de pensamento, agindo e se comportando de maneira uniforme. Os direitos humanos são fundamentais para garantir que qualquer pessoa possa se expressar, criando sua própria identidade e se desenvolvendo, o que transforma a sociedade em um grupo muito mais diverso.

A educação também é um direito restringido no planeta de Cósmico e seus amigos. Ao ser limitada a informações aprovadas pelo governo, o pensamento crítico e a capacidade de questionar não são valorizados, o que dificulta a construção de uma linha de pensamento autônoma e individual. O conhecimento é essencial para alcançar uma liberdade tanto pessoal quanto coletiva, e a falta de uma educação plena afeta diretamente essa conquista.

Mesmo sendo uma obra de animação voltada para o público infantil, não se pode negar que o filme traz um grande debate sobre uma sociedade que valoriza a conformidade no lugar da diversidade, oferecendo uma reflexão sobre a importância dos direitos humanos para um desenvolvimento justo, que abrace e acolha as mais diversas identidades. O respeito a esses direitos é fundamental para que cada um possa viver plenamente, com cada indivíduo contribuindo para a sociedade de maneira única.

Serviço:
14º Mostra Cinema e Direitos Humanos

Assessor de Imprensa da Mostra:
Jéferson Cardoso
jefersonzc@gmail.com

Para dúvidas e mais informações:
oficialmcdh@gmail.com

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