Sonhos se transformam em ação no programa “Sementes”
22/02/2024
A curadoria da 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos selecionou 18 filmes realizados em sua maioria por profissionais militantes pelo direito ao território, combate ao racismo, inclusão de pessoas com deficiência, liberdade sexual e de gênero, afirmação da identidade e da ancestralidade. No programa “Sementes”, os espectadores vão conferir curtas mostrando que os sonhos podem se transformar em ação. A alegria e o medo envolvidos no ato de plantar, de concretizar um projeto e abrir-se para o novo tempo também estão presentes neste programa da Mostra. A divisão “Homenageado”, “Raízes”, “Sementes” e “Frutos” é inspirada na Árvore dos Sonhos, criada por Omama, o deus da criação dos Yanomami.
Realizado pela paraense Jorane Castro, “Ribeirinhos do Asfalto” (Brasil, 2011, 26 min, livre) narra o dia em que Deisy, uma garota da ilha do Combu atravessa o rio de canoa à procura de abrigo na casa da prima. Ela estava em busca do sonho de morar em Belém para continuar os estudos.
“Adão, Eva e o Fruto Proibido” (Brasil, 2021, 20 min, 14 anos), de R. B. Lima, também aposta num momento de mudança quando uma mulher trans passa a conviver com o filho adolescente, depois de anos sem contato. Nesse novo cotidiano, ela enfrenta seus medos, ao mesmo tempo que tenta compreender o filho e o papel de ser mãe. Também não é fácil para o jovem, que busca em uma pessoa desconhecida até então o sentido da própria existência.
Em “Nossos Espíritos Seguem Chegando – Nhe’e Kuery Jogueru Teri” (Brasil, 2021, 15 min, livre), de Kuaray Poty (Ariel Ortega) e Bruno Huyer, o sonho de gestar uma criança é protagonizado pela cineasta Mbya Guarani Pará Yxapy (Patrícia Ferreira). Grávida durante a pandemia de Covid-19, ela reflete sobre os sentidos da chegada de uma nova vida num momento em que a humanidade está doente.
Já em “Me Farei Ouvir” (Brasil, 2022, 30 min,10 anos), de Bianca Novais e Flora Egécia, observamos o percurso de mulheres que conquistaram espaços na política brasileira, na luta contra a sub-representação feminina nos espaços de poder.
O programa se encerra com “Escrevivência e Resistência: Maria Firmina dos Reis e Conceição Evaristo” (Brasil, 2021, 26 min, livre), de Renato Barbieri e Juliana Borges, 11º episódio da série televisiva “Libertárixs”, dedicado a duas escritoras negras fundamentais da literatura brasileira e que vêm conquistando reconhecimento pela potência de suas obras.
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13º Mostra Cinema e Direitos Humanos
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